
- Por Roberta Mendes
Chegando em Olinda ruas cantantes a oferecer tapioca e capoeira meu Deus tanto aroma tantos timbres tanta cor. Irrompe a alfaia. O coração, em prontidão, dispara.
Estou alerta, alerta, como se tivesse acordado-entontecido em meio a um grande perigo. É o Maracatu!
Sofro da ascendência inescapável de seus tambores e danço, demônio ágil, faces em fogo, lábios de sangüíneo carmim.
O tocador me espreita. Sou um bicho que caminha excessivamente perto, eriçando-lhe os pêlos. Seus olhos me fixam e instigam instintos de predação. Medimo-nos sem pressa, serpente e encantador. Mortal minha languidez. Mortal sua atenção. Só um homem sabe fitar assim, maciçamente. Autoritariamente. Como a anunciar: és minha.
Não nos interessa o embate. A tensão mesma nos basta. Cortejamos a latência, a energia em suspensão. Tudo gira em vertiginosa ciranda. Só nossos olhos imóveis, numa intrigante ausência de velocidade, eixo em torno de que gira a ciranda Olinda gira a cidade de mãos dadas.
Esse curso vai ser um perigo, pode o diamante brilhar mais que o infinito?
ResponderExcluirAmo vc!
Amiga, que texto diferente! Estou orgulhosa de você!!! Lindo, e, e, e, enxuto! hihihi!
ResponderExcluirEu quero ir à Olinda!
Prima, gostei muito desse texto.
ResponderExcluirQue bom que eu já fui a Olinda!
Beijos!