Por Roberta Mendes
O dia gastou-me até o caroço de mim. O tempo e suas mandíbulas de ponteiros roeram-me ainda o hermético núcleo, empurrando-me contra o duro palato, para, então, girar-me contra a língua espessa das horas à cata de alguma sobra nas reentrâncias. Julgando que me esgotara, deitou-me fora, farejando os restos com o desdém dos cães às tigelas vazias.
...Mas o caroço é a astúcia das coisas, resguardando-se...
Partisse-me o grão, aí sim, mordia-me em cheio o ser. Na porção-grão irredutível de mim, germino a lenta reinvenção da força. Afinal, a palavra de ordem de toda semente é vingar...
O dia gastou-me até o caroço de mim. O tempo e suas mandíbulas de ponteiros roeram-me ainda o hermético núcleo, empurrando-me contra o duro palato, para, então, girar-me contra a língua espessa das horas à cata de alguma sobra nas reentrâncias. Julgando que me esgotara, deitou-me fora, farejando os restos com o desdém dos cães às tigelas vazias.
...Mas o caroço é a astúcia das coisas, resguardando-se...
Partisse-me o grão, aí sim, mordia-me em cheio o ser. Na porção-grão irredutível de mim, germino a lenta reinvenção da força. Afinal, a palavra de ordem de toda semente é vingar...
Robertinha, mais essencial que isso, impossível!
ResponderExcluirHá dias que são mesmo assim reduzem-nos a essência... linda e forte a sua!
Beijos
Elis
Obrigada por ter recebido. Era tudo que eu tinha para dar.
ResponderExcluirBeijos,
Betinha
Aaa este tempo apressado que nos consome tannto tempo...
ResponderExcluirAdorei!!!!